8 de dezembro de 2007

I Started a Joke

"Eu comecei uma brincadeira que fez o mundo todo começar a chorar, mas eu não percebi que a brincadeira era comigo.
E eu comecei a chorar que fez o mundo todo começar a rir, se eu apenas tivesse percebido que a brincadeira era comigo.
E eu olhei para os céus, passando minhas mãos nos meus olhos e caí da real, amaldiçoando minha mente pelas coisas que disse.
Até que finalmente morri, que fez o mundo todo começar a viver."

françoá

Primitivos modernos

Houve uma época, a muito, muito tempo atrás, em que a vida humana era regida pela lei da selva (leia-se: a lei do mais forte!). Nesse tempo, justiça não era sequer um conceito! Quem podia mais chorava menos, literalmente.
E desse modo, com uns se sobrepujando aos outros, a espécie evoluiu. Na luta por espaço e por comida, os últimos eram os primeiros a desaparecer. Claro que tinha também o fator sorte: as vezes um rival era atingido por um raio ou devorado por um tigre! e aí os mais fracos ganhavam uma nova chance.
Mas, por um descuido evolutivo, nossos ancestrais adquiriram consciência. E hoje muito nos vangloriamos por isso (embora eu, sinceramente, não veja muita vantagem em tal aquisição!). Temos, agora, a percepção de que existimos e de que outros existem. Sabemos que a busca do prazer e a evitação da dor são as constantes em todo animal. Destinguimos o bem do mal. Exaltamos a justiça como valor supremo. Enfim, desenvolvemos a tal da moralidade.
Tecnologicamente, atingimos patamares jamais imaginados na medicina, na mecânica, na computação e etc. Nenhum "ugabuga" poderia sequer sonhar que um dia seus descendentes dispusessem de tamanho poder e conforto. Não obstante a tudo isso, aquela velha lei da selva ainda vinga entre nós. Os homens continuam a se sobrepujar, mesmo sem saber ao certo por quê. Nossa sociedade é uma selva: os mais fortes triunfam e os mais fracos penam (e torcem, como faziam seus ancestrais primitivos, para que a sorte lhes favoreça). A grande diferença é que já não se travam mais lutas diretas pela comida e pelo espaço. Graças a essa evolução toda, os fracos de hoje já não lutam mais; aguentam o frio das ruas e o aperto da fome sem protestar. Se convenceram que a justiça é apenas um conceito e que o que vale mesmo é a lei do mais forte - e nem todos são fortes!

...

E querem saber porque eu ainda acredito em Deus? É porque eu não consigo acreditar nos homens.

[marcelo doro]

4 de dezembro de 2007

Tempos modernos. Part I

Quando a rotina corrói os fortes, e as ambições são pequenas, o ressentimento fala mais alto, então as emoções não melhoram, e mudamos nossos caminhos pegando estradas diferentes.
Por que o meu quarto é tão frio? Eu me lembro de você virado de costas do seu lado querendo apenas dormir.
Nosso respeito murchou tanto? Mas ainda há esta atração que mantemos em nossas vidas.
Você fala de todos os meus fracassos, e o desespero toma conta.
Será que algo tão bom simplesmente não funciona mais?
Você me perguntou se eu ainda te amava, mas não sei se algum dia eu amei, para falar a verdade, quem sabe o que é o amor.
O amor de hoje não é o mesmo de outros tempos, não há mais romantismo, não há mais cumplicidade.
Hoje é só atração, libertinagem pura, e isto é uma desilusão... "pobres tolos que um dia amaram".
"...eu ainda te amo, mas não lhe quero mais..."
Mas, sempre há um "mas"... de tudo, um pouco ficou...

...apenas, saudades de ti ...


françoá