21 de fevereiro de 2008

A Versão Gaudéria da Bíblia

O Causo das Escrituras!!!

Lá na minha terra, lá pela década de 70, como quase ninguém sabia lê, o único gaudério que mal e mal conseguia acolherar as letra deu uma lida no
Livro Sagrado e ensinava, assim, a gurizada:

"Pois não sei se já les contei o causo das Escritura Sagrada. Se não les contei, les conto agora. A história essa é meio comprida, mas vale a pena
contá por causo dos revertério. De Adão e Eva acho que não é perciso contá os causo, porque todo mundo sabe que os dois foram corrido do Paraíso por
tomá banho pelado numa sanga. Naqueles tempo, esse mundaréu todo era um pasto só em dono, onde não tinha nem dele nem meu.

O primeiro índio a botá cerca de arame foi um tal de Abel.
Mas nem chegou a estendê o primeiro fio porque levou um pontaço nos peito, do irmão dele, um tal de Caim, que tava meio desconforme com a divisão.
O Caim, estonces, ameaçado de processo feio, se bandeou pro Uruguai.
Deixou o filho dele, um tal de Noé, tomando conta da estância.

A estância essa ficava nas barranca de uma corredera e o Noé, uns anos despois, pegou uma enchente mui feia pela frente. Cosa muito séria.
Caiu água uma barbaridade. Caiu tanta água que tinha até índio pescando jundiá em cima de cerro.
O Noé entonces botou as criação em cima de uma balsa e se alargou nas correnteza, o índio velho. A enchente era tão braba que quando o Noé se
deu conta a balsa tava atolada num banhado chamado Dilúvio.

Foi aí que um tal de Moiséis varou aquela água toda com vinte junta de boi e tirou a balsa do atoleiro. Bueno, aí com aquele desporpósito, as família ficaram
amiga.
A filha mais velha do Noé se casou-se com o filho mais novo do Moisés e os dois foram morá numa estância muito linda, chamada estância da Babilônica.
Bueno, tavam as família ali, tomando mate no galpão, quando se chegou um correntino chamado Golias, com mais uns trinta castelhano do lado dele.
Abriaram a cordeona e quiseram obrigá as prenda a dançá uma milonga.

Foi quando os velho, que eram muito do respeito, se queimaram e deu-se o entrevero.
Peleia braba, seu. O correntino Golias, na voz de vamo, já se foi e degolou de um talho só o Noé e o velho Moisés. E já tava largando
planchaço em cima do mulherio quando um piazito carretero, de seus dez ano e pico, chamado Davi, largou um bodocaço no meio da testa do infeliz que
não teve nem graça!
Foi me acudam e tô morto.Aí a indiada toda se animou e degolaram os castelhano. Dois que tinham desrespeitado as prenda foram degolado com o
lado cego do facão. Foi uma sangüera danada. Tanto que até hoje aquele capão é chamado de Mar Vermelho.

Mas entonces foi nomeado delegado um tal de major Salomão.
Homem de cabelo nas venta, o major Salomão. Nem les conto! Um dia o índio tava sesteando quando duas velha se bateram em cima dum guri de seus seis
ano, que tava vendendo pastel. O major Salomão, muito chagado ao piazito, passou a mão no facão e de um talho só, cortou as velha em dois. Esse é o muito falado causo do Prejuízo
de Salomão que contam por aí.

Mas, por essas estimativas, o major Salomão, o que tinha de brabo tinha de mulherengo.
Eta índio bueno, seu. Onde boleava a perna, já deixava filho feito. E como vivia boleando a perna, teve filho que Deus nos livre. E tudo com a cara
dele, que era pra não havê discordância. Só que quando Deus nosso Senhor quer, até égua véia nega estribo.
Logo a filha das predileção do major Salomão, a tal de Maria Madalena, fugiu da estância e foi sê china no bolicho. Uma vergonhera pra família.
Mas ela puxou a mãe, que era uma paraguaia meio gaudéria que nunca tomô jeito na vida.
O pobre do major Salomão se matou-se de sentimento, com uma pistola Eclesiaste de dois cano.

Mas, vejam como é a vida. Pois essa mesma Maria Madalena se casou-se três ano despois com um tal coronel Ponciano Pilatos. Foi ele que tirou ela da
vida. Eu conheço uns três caso do mesmo feitio e nem um deles deu certo.
Como dizia muito bem o finado meu pai, mulher quando toma mate em muita bomba, nunca mais se acostuma com uma só.
Mas nesses contraproducente, até que houve uma contrapartida. O coronel Ponciano Pilatos e a Maria Madalena tiveram doze filho, os tal de apósto,
que são muito conhecido pelas caridade que fizeram. Foi até na casa deles que Jesus Cristo churrasqueou com a cunhada de Maria Madalena, que despois
foi santa muito afamada. A tal de Santa Ceia.

Pois era uns tempo muito mal definido. Andava uma seca braba pelos campo. São José e a Virge Maria tinham perdido todo o gado e só tavam com uma
mula branca no potrero, chamada Samaritana. Um rico animal, criado em casa, que só faltava falá. Pois tiveram que se desfazê da pobre.
E como as desgraça quando vem, já vem de braço dado, foi bem aí que estouraram as revolução.
Os maragato, chefiado por um tal coronel Jordão, acamparam na entrada da vila. Só não entraram proque tava lá um destacamento comandado pelo
tenente Lazaro, aquele mesmo que por duas vezes foi dado por morto.

Mas aí um cabo dos provisório, um tal de cabo Judas, se passou-se pros maragato e já se veio uns tal de Romano, que tavam numas várzeas, e
ocuparam a vila. Nosso Senhor foi preso pra ser degolado por um guasca muito forte e muito feio chamado Calvário.
Pois vejam como é a vida. Esse mesmo Calvário, degolador muito mal afamado, era filho da velha Palestina, que tinha sido cozinheira da Virge
Maria.

Degolador é como cobra, desde pequeno já nasce ingrato. Mas entonces botaram Nosso Senhor na cadeia, junto com dois abigeatário, um tal de João
Batista e o primo dele, Heródio dos Reis. Os dois tinham peleado por causo de uma baiana chamada Salomé e no entrevero balearam dois padre, monsenhor
Caifás e cônego Atanásio. Mas aí veio uma força da Brigada, comandada pelo coronel Jesus Além, que era meio parente do homem por parte de mãe e com
ele veio mais três corpo de provisório e se pegaram com os maragatos. Foi a peleia mais feia que se tem conhecimento. Foi quarenta dia e quarenta
noite de bala e bala.

Morreu três santo na luta: São Lucas, São João e São Marco. São Mateus fico três mês morre não morre, mas teve umas atenunante a favor e salvou-se de
lado a lado. Ainda levou mais um pontaço do mais velho dos Romano, o César Romano, na altura da costela. Ferimento muito grave que Nosso Senhor curou
tomando vinagre na Sexta-feira da paixão.

Mas aí, Nosso Senhor se disiludiu-se nos home, subiu na cruz, disse adeus pros amigo e se mandou-se de volta pro céu. Mas deixou os dez mandamentos,
que são cinco e que pode muito bem acolher em dois:
"não se mata home pelas costa, nem se cobiça mulher dos outro pela frente."


(desconheço o autor, lamentavelmente)
Francoa

Poesia do dia!

Poesia do dia!

Nao espero que me esperes,
na verdade, nem espero
somente quero-te
pois sei que me queres
e isto é tudo o que mais quero.

Nao vou voltar por que queres que eu volte
volto pois tenho que voltar
pois tenho pouco tempo para estar aqui
e nao é este o meu lugar
e quem eu quero, nao está aqui para que eu possa amar.

Fugi, por medo de encarar
nada mais me faz segredo
e nao tenho mais medo de sofrer
da mesma maneira que o tempo me curou
meu tempo me fez aprender o que é amar

Acabou a inspiraçao, pois ela tinha que acabar
como as folhas tem que no outono cair
para na primavera brotar
bem como estou voltando
para que eu possa te olhar.


Francoa

16 de fevereiro de 2008

Títulos e nomes

Há tempo que quero escrever sobre o fascínio que exercem em mim determinados títulos de livros, filmes e, também, certos nomes de músicas. Filmes como “A mão que balança o berço”, “Dança com lobos”, “Doze homens e um segredo”, “A sociedade dos poetas mortos”; livros como “O triste fim de Policarpo Quaresma”, “Espumas Flutuantes”, “Elogio da loucura”, “Caminhos Cruzados”; canções como “The man who sold the world”, “Teatro dos Vampiros”, Vitrine viva”, “O inferno vai ter de esperar”; todos esses títulos e outros mais, além de indicar, qualificam a produção que nomeiam. São belos, pomposos e instigantes.

Humberto Gessinger, disse numa ocasião, que deveria existir a profissão de “dar nome” pra música. Ele comentava a satisfação que o artista sente quando consegue expressar com uma ou algumas poucas palavras o sentido de toda uma canção ou de um conjunto de canções – quando se trata de escolher o nome de um álbum, por exemplo. Se, de fato, tal profissão existisse, Humberto seria um profissional bem sucedido. “A conquista do espelho”, “Armas químicas e poemas”, “Chuva de containers”, “Exército de um homem só”, “Variações sobre um mesmo tema”, “No inverno fica tarde mais cedo”, “Mapas do acaso”, são exemplos da criatividade irreverente do artista. Destaque também para “Canibal vegetariano devora planta carnívora”, do álbum "Gessinger, Licks & Maltz”.

Friedrich Nietzsche também merece destaque. Nenhum outro escritor conseguiu produzir tantos bons títulos. Costumava usar um título imponente seguido de um subtítulo que, no mais das vezes, era, no mínimo, enigmático. Seu primeiro livro de destaque é “Humano, demasiado humano”, que traz como subtítulo o indicativo: “Um livro para espíritos livres”. À obra “Assim falou Zaratustra” ele acrescentou “Um livro para todos e para ninguém”. São seus, também: “Para além do bem e do mal – Prelúdio de uma filosofia do porvir”, “Crepúsculo dos ÍdolosOu como filosofar com o martelo” e “Ecce Homo – Ou como tornar-se o que se é”. Este último, sem dúvida, a autobiografia de mais escassa modéstia da história literária. O índice do livro é o seguinte: I. Porque sou tão sábio. II. Porque sou tão sagaz. III. Porque escrevo bons livros. IV. Porque sou uma fatalidade. (Sem comentários).

No cinema, acho que a série 007 é a mais bem batizada. A se julgar pela versão brasileira, os títulos são ótimos. Os melhores, pela minha consideração: “007 - O amanhã nunca morre”, “007 - Um novo dia para morrer”, “007 - O mundo não é o bastante”, “007 - Somente para seus olhos”, “007 - Viva e deixe morrer”, “007 - Os diamantes são eternos”, "007 contra o homem com a pistola de ouro” e “Com 007 só se vive duas vezes. Ah, os filmes também são ótimos.


marcelo doro

9 de fevereiro de 2008

nestas horas que não tenho nada pra fazer, nada melhor do que pensar na vida

"...As horas passam marcando os momentos que se vão, que formam um dia monótono
Você desperdiça e perde as horas de uma maneira descontrolada
Perambulando num pedaço de terra na sua cidade
Esperando alguém ou algo que venha mostrar-lhe um novo caminho

Cansado de deitar-se na luz do sol e de ficar em casa observando a chuva
Você é jovem e a vida é longa, há tempo de viver o hoje
E depois, um dia você descobrirá que dez anos ficaram para trás
Ninguém te disse quando correr e você perdeu o tiro de partida

E você corre e corre para alcançar o sol mas ele está indo embora no horizonte
E girando ao redor da Terra para se levantar atrás de você outra vez
O sol permanece, relativamente, o mesmo mas você está mais velho
Com o fôlego mais curto e a cada dia mais próximo da morte

Cada ano está ficando mais curto, você nunca parece ter tempo.
Planos que tampouco deram em nada ou em meia página de linhas rabiscadas
Insistindo num desespero quieto é a maneira inglesa
O tempo se foi, a canção terminou, pensei que tivesse algo mais a dizer..."

francoa