2 de maio de 2009

Melancolia

Ah!!! a melancolia, esta sensação de tristeza, uma dor inconsolável, sensação que todos os planos serão frustrados, de que não há amor no mundo.
Sensação de que os olhos brilham quando olham para os outros ou ficam fosco ao nos fitarem.
Gosto de acordar em dias distantes, tomar um copo dágua, pegar um copo na cristaleira, não o primeiro da frente, aquele segundo, escondido no canto, colocar sobre a mesa e apenas olha-lo por alguns instantes esperando que alguém diga, pronto chegou à hora.
Então vou até o barzinho no canto da sala e pego a única que olha pra mim com ternura, entre garrafas de cervejas e vinhos há duas garrafas de whisky.
Mas tem que ser a única, especial, retangular, caramelo, bocal redondo, selo bege, e um odor que me encanta.
Já nem coloco mais ela dentro de sua caixa, ela fica sempre a amostra, para podermos conversar com mais facilidade, mas sempre ao fundo, nunca tão a vista. Deslizo-a sobre a mesa até que se encontre com seu algoz, sempre com a sua boca olhando diretamente em meus olhos, abro seu zíper deixando a amostra ventre, em seu delicado liquido cai suavemente em meu copo como um gozo, apenas umas gotas para molhar minha língua, um pequeno deslize, então completo meus três dedos de bebida.
Em pequenos instantes estou apreciando minha natureza remoendo meus pensamentos em sensações que transitam entre a dor e o prazer, como uma virgem sendo explorada.
Mas estes dias são tão deliciosos.

francoa

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