8 de setembro de 2008

A banalização da cultura


Há algum tempo, eu passava em frente à tv, quando uma canção chamou minha atenção. Tratava-se da Srta. Spektor: cantora e pianista russa radicada em New York. Para minha surpresa era minha música favorita tocando na novala das 9 (!). A partir disso, lembrei de outro episódio. Foi em 1995 (eu era uma fedelha), na Malhação que ouvi e vi pela primeira vez a Srta. Morissette. Amor à primeira vista, pois identifiquei-me com aquela guria cabeluda, grunge e que soltava os agudos mais agudos qu´eu jamais ouvira igual.
São duas situações semelhantes, mas que causaram sensações diferentes e fizeram-me refletir sobre um assunto: a (boa) cultura é para todos? Eu sempre tive uma opinião crítica a respeito, porque considero que nem todos que ouvem a Regina tocando como trilha sonora de casal de novela sabem da sua potencialidade e principalmente, a grande artista que é. No máximo, acham a canção "bonitinha" e colocam-na no seu mp3 para cantarolar o refrão depois.
Quando Alanis veio ao Brasil pela primeira vez, era pouco conhecida. Depois, retornou e apareceu novamente numa novela. Eis a questão! Será que para o artista vir para cá ele precisa necessariamente aparecer num veículo de comunicação como a Globo? Assim o povão terá conhecimento, logo, o artista terá "público" garantido em seu provável show.
Posso estar enganada a respeito ou no fundo, existe uma parcela de verdade neste argumento. De fato, penso que grande parte das pessoas não entendem a arte e aí entra uma outra questão peculiar que não abordarei agora mas é também de suma importância. Elas não compreendem porque os meios de comunicação e a mídia enfiam goela a baixo certos tipos de gostos musicais, cinematográficos e entreternimentos em geral. Tudo muito fácil de digerir, é verdade. Assim, os clássicos, as novidades interessantes, caem no esquecimento ou no não-conhecimento (?).
Não posso afirmar que, a Regina Spektor tornanado-se single na novela poderá vir ao Brasil, como tantos outros artistas que seguiram este rumo. Se para ela vir, a massa terá de escutá-la, que assim seja. Eu ficaria deveras feliz.

Leomaris W.

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