4 de setembro de 2008

La petite histoire

Dedicado.

Estavam todos reunidos num grande salão, comemorando algo sem importância, falando frivolidades de forma efusiva com o tom de voz nas alturas e propondo um brinde. Neste momento, ele entrou: sério e elegante. Era como um ímã, atraindo os olhos dela entre as menores aberturas na multidão. Sentou-se não muito próximo e fingiu que não a via. Ele sabia realmente como tirá-la do sério. Uma sensação incontrolável: quando ela percebeu, o rubor já tomara conta de sua face. Não havia como escapar, hoje seria o dia decisivo. Ambos sabiam que precisavam trocar algumas verdadeiras palavras e isso os deixava aflitos.
A refeição é finita. Cada um pegou sua taça de clicquot e foram para direções opostas. Ficaram não muito longe um do outro, somente um véu dividia parte da pequena sala que os separava. Cada olhar era como uma flechada e os suspiros dela eram inevitáveis. Foi então num ímpeto que ela avançou e foi até ele.
- Precisamos conversar – disse. Ele fez sinal positivo com a cabeça e seguiram em silêncio para o jardim. O vento batia nos cabelos dela, que estavam presos com um lenço. Mesmo assim, pela proximidade, o perfume suave de camomila o deixou sensível, pois, sabia que os aromas dela o faziam estremecer. Com o coração disparado, boca seca, mãos trêmulas, ele ficou mais próximo, pegou seu delicado rosto entre as mãos e começou a beijá-la, o gosto era tão bom quanto o cheiro.
- Se eu beijá-la novamente, não conseguirei mais parar – murmurou com a voz rouca.
Ela prendeu a respiração quando a mão dele envolveu seu seio. Ficaram assim por um longo tempo. Havia desejo no ar. Aquilo era perigoso, afinal, estavam no jardim, haviam muitos conhecidos na festa e esta atitude poderia comprometer a integridade de ambos.
Movidos por um misto de loucura e paixão deram mais um beijo, desta vez por outro ângulo. As mãos dele desceram pelas costas dela e foram até suas nádegas, tocando-as audaciosamente enquanto o beijo ficava cada vez mais quente. De frente um para o outro, trocavam chamas através dos olhos. Ela mordeu os lábios, denunciando seu estado de êxtase e frêmito e ele a pegou no colo. Pareciam duas metades que se complementavam. As pernas dela enlaçaram-se em sua cintura e quando perceberam, estavam fazendo amor...de forma intensa e voraz. A boca dele cobriu o seio dela, sugando-a, envolvendo-a, levando-a ao delírio. Seus corpos tornaram-se uma interminável ondulação de prazer. Ele sussurrava: - Minha bacante, minha valquíria!
Ela parecia suspensa no ar, mas ele a puxava contra si tornando o ritmo mais intenso e provocativo, um convite para visitar novamente o paraíso. Neste instante, ela já havia deixado o lenço cair, cabelos esvoaçantes , lábios corados, respiração forte e frenética condenava que o ápice logo chegaria. Juntos, foram às estrelas. Delicadamente, ele ajudou-a descer do seu colo e no mesmo momento, sem jeito, ela disse: - Preciso partir. Ajeitou a saia e retirou-se. Ele não conseguia balbuciar nenhuma palavra, o que mais queria era dar um abraço nela. Baixou o olhar e avistou um lenço de seda no chão. Já com uma sensação de nostalgia o pegou e lá estava o perfume dela: era como se pudesse reviver aqueles instantes tão intensos, que aconteceram há poucos minutos mas sabidamente não sairiam mais da memória. Momentos indeléveis e únicos.
Ele voltou para o salão. Avistou- a sentada com um grupo de amigos em comum. O sorriso de ambos era notado por todos, embora nenhum comentário fosse realizado. Nem precisava. Ele percebeu que ela era sua e sempre seria, mesmo estando longe, ela era a metade do todo.

Leomaris W.

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