17 de setembro de 2008

Eco de sentimentos




É uma ilusão achar que viver é indolor. Sempre sofremos por alguma coisa, pois não existe plenitude. A solidão bate à minha porta avisando-me que passaremos algumas temporadas juntas, e não adianta eu falar que ela não é bem vinda, pois de alguma forma, ela aloja-se num cantinho escuro e fica à espreita de um momento de sóbria embriaguez para tomar conta do que antes era felicidade.
Então, eu digo: bem vinda! E ouço sua respiração próxima, como se ela fosse outra pessoa, alguém que eu quisesse muito ter por perto, ao lado, dentro.
Penso: ela é o vento que me abraça, me provoca e me envolve com o acariciar de seu sopro. Seu amor é causa e efeito, completa meu coração. É ele quem me inspira, me deixa forte e as vezes, fraca, sensível e docemente deprimida. Impossível olhar o céu e não ver o brilho dos teus olhos e isso me faz bem. Não quero te decifrar. Mantenha o seu silêncio e guarde as suas palavras. Eu me contento em sentir a sua boca próxima da minha e é provável que eu nunca vá saber, pois tu nunca vais mostrar.
De todas as minhas incertezas e angústias, resta algo concreto: tu preenches o meu mundo, embora em alguns momentos, eu não me sinta conectada a ti... mas em outros tenho a certeza de nossa bela sintonia. Eu temo se, por ventura, um dia não eu consiga ser paciente, compreensiva ou uma boa ouvinte de palavras não ditas. Minhas justificativas nem sempre levam a uma solução, mas elas são plenas de boas intenções. Gosto da minha vida tranqüila e do silêncio, mas tu és a tempestade que eu preciso.



Leomaris W.

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