18 de agosto de 2008

Marcas do tempo - primeira parte

Um velho de barbas longas atravessa vagarosamente a rua para chegar em frente a uma loja de retratos antigos, ele para em frente a embaçada vitrine e fica admirando seu retrato de quando era jovem.

Todos os dias ele repete a mesma procissão, sai de sua casa quase caindo aos pedaços, somente para, por alguns instantes, relembrar de seu passada.

É um retrato antigo com uma moldura de madeira pintada em cores verde e dourado, entalhada a mão. Este senhor que outrora fosse moço, vestido em seu pesado uniforme verde de campanha, capacete, colete e fuzil, estes não os melhores do mundo, mas foram dele. Sua arma não era a mais precisa, seu colete era remendado, fora de outros antes dele o aposentar, mas o elmo, este sim, teve apenas um dono. Ele fica imóvel na frente de seu retrato, como se reverenciasse aquele jovem, quem passa todos os dias naquela rua, com certeza já viu esta cena. Hoje aparentando o dobro de sua idade, e com a saúde abalada mais pelos remédios ausentes do que a sua própria doença o poderia abalá-lo, não resta mais nada a fazer a não ser reverenciar ao seu passado. Este não fora um sargento, tenente ou cabo... foste apenas um soldado, mas com uma tarefa muito especial, fora enfermeiro de guerra.

Quando se alistou, não queria defender a sua pátria, não queria matar nenhum inimigo da liberdade, queria apenas ajudar aos que necessitavam

Continua amanhã....


francoa

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