8 de outubro de 2007

Carta

“Há muito tempo sim, não te escrevo.


Ficaram velhas todas as notícias.


Eu mesmo envelheci: olha, em relevo, estes sinais em mim, não das carícias,(tão leves), que fazias no meu rosto: são golpes, são espinhos, são lembranças da vida a teu menino, que a sol-posto perde a sabedoria das crianças.

...


A falta que me fazes não é tanto à hora de dormir, quando dizias: “Deus te abençoe”, e a noite abria em sonho.


É quando, ao despertar, revejo a um canto a noite acumulada de meus dias,
e sinto que estou vivo, e que não sonho.”

...



C.D.A.

françoá

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